Especialista explica como é o luto da criança e ensina como a família pode ajudar os pequenos a viverem esse momento. Spoiler: mentir, dizendo que a mamãe foi viajar e volta não é uma boa opção

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O Brasil inteiro ficou devastado com a morte trágica da cantora Marília Mendonça no início de novembro. Além da tristeza de perder um talento, tão jovem (Marília tinha apenas 26 anos), no auge da vida, um elemento colocou um peso ainda mais difícil nessa história toda: a artista deixou o filho Léo, um bebê com menos de 2 anos.

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Assim, vimos o maior medo de 11 entre 10 mães realizado, bem diante dos nossos olhos: morrer e não poder ver a criança crescer, não poder dar colo, não saber se alguém marcou a consulta, se notaram que ele estava meio retraído na escola, se ele está comendo bem

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Luto da criança: como lidar com o sentimento? Marília Mendonça e o pequeno Leo
Luto da criança: como lidar com o sentimento? Marília Mendonça e o pequeno Leo (Reprodução/ Instagram)

E como será que Léo está processando essa perda? Uma criança tão pequena é capaz de saber, de fato, o que aconteceu? Como a avó, o pai e os outros familiares poderão ajudar o bebê a crescer, na ausência da mãe?

Tempo, tempo, mano, velho… 

Um bebê com menos de 2 anos não vai entender a explicação. Por isso, no início, provavelmente são os adultos que convivem com ele que vão sofrer mais. Não é fácil ter que dar a notícia e ver tudo acontecendo – mesmo que a criança não tenha a compreensão total.

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“Mesmo que a criança não entenda ainda, é importante falar o que aconteceu, falar da finitude da vida e dizer que a mamãe não vai voltar”, pontua a neuropsicóloga Deborah Moss, mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade de São Paulo (USP). 

“A questão vai ser muito mais no dia a dia, da falta que a mãe vai fazendo na rotina. Aí, sim,  o bebê vai entrar em contato com o sentimento e vai mostrar, por meio dos comportamentos e do emocional, como ele se sente frente a essa falta”, explica a especialista.

Segundo Deborah, crianças dessa idade não têm muita noção de tempo, como os adultos. “Por isso, fica um pouco confuso no início. Porém, ao longo da vida, o bebê vai significar e ressignificar essa morte de maneiras diferentes, a cada faixa etária”. 

O papel de quem fica no luto da criança

Como o entendimento do que aconteceu vai chegando aos poucos, é importante que o bebê tenha o acolhimento da família.

“A reação do bebê depende de como a família se ampara. Depende também de como essa figura materna será substituída ao longo da vida. A pessoa que vai assumir essa função materna trará um peso maior ou menor à morte da mãe. Então, é preciso cuidar bem, do luto de todos da família, do pai, dos avós, etc. Dessa forma, eles podem criar a criança da maneira mais saudável possível. Mesmo diante de uma tragédia como essa”, diz a especialista.

A maneira como a família traz as lembranças e a história da mãe ajuda a manter viva a memória. “É um papel daqueles que, diferente do bebê, têm noção dessa falta”, ressalta Deborah.

Ao longo dos dias, a criança pode começar a demonstrar emoções diferentes, por meio de alterações no comportamento. Pode ser uma forma de expressar que sente falta da mãe. E, nesse caso, é preciso acolhê-la.

“Ela não vai conseguir expressar seus sentimentos pela fala, como o adulto ou até uma criança mais velha consegue. Com o tempo, ela adquire habilidades e condições de poder colocar em palavras. É importante permitir que ela se expresse. E se o bebê chamar pela mãe ou apontar fotos dela? A família deve colocar em palavras que a mãe faleceu e que não volta mais. É essencial falar da finitude, para que ele não ficar achando que a mãe foi viajar e vai voltar”, completa.

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