A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida do bebê e a amamentação de forma complementar até a criança fazer 2 anos. Assim, evitar o desmame antes desse período é o ideal. Mesmo depois da introdução alimentar, já que o bebê vai demorar para se alimentar de forma satisfatória e precisará dos nutrientes que o leite materno oferece.

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É claro que o aleitamento pode ser estendido por mais tempo, para além dos 2 anos, se a mãe e o bebê quiserem. Amamentar não é somente sobre nutrição, mas também sobre afeto, conforto e segurança. E quem manda nessa relação são você e o seu filho – esqueça todos os outros palpites e opiniões.

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Amamentação e fim da licença-maternidade

Entretanto, é por volta do sexto mês que muitas mulheres retornam ao trabalho. O fim da licença-maternidade tem um impacto grande sobre o desmame. A média de aleitamento exclusivo no Brasil é de 54 dias, segundo a última pesquisa do Ministério da Saúde, de 2009. E apenas 39% das mães brasileiras conseguem manter os seis meses de amamentação exclusiva, conforme a OMS (dados de 2017). A lei brasileira diz que, até o bebê completar 6 meses, as mães trabalhadoras têm direito a dois períodos de 30 minutos por jornada diária para amamentar (ou extrair o leite).

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Pode ser que a empresa para a qual você trabalhe não tenha uma infraestrutura adequada para retirar o leite, como uma salinha ou local reservado e refrigerador para guardar. Muitas vezes, as mães se veem obrigadas a extrair o leite com a bombinha no banheiro. E é nessas dificuldades diárias que muitas delas desistem, cansam, estressam. Sem tanto estímulo do bebê, a oferta de leite pode reduzir também. Daí a importância de usar a bomba até mais de uma vez por dia e manter a cabeça zen.

Quando amamentar deixa de ser um prazer

Pode ser também que o bebê, que começa a provar outros alimentos, acaba por se “desinteressar” do ato de mamar. Pode ser que amamentar, além de exigir um tempo de dedicação necessário, esteja sendo angustiante para a mãe. Algumas mulheres, por exemplo, têm tantos problemas com o aleitamento – como mastites recorrentes, rachaduras, sangramentos – que ficam traumatizadas. Elas se esforçam para manter a amamentação nos primeiros seis meses, mas param logo em seguida.

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Há outras que mantém o aleitamento por mais tempo, mas depois de um certo período começam a se incomodar por outras questões: o bebê já tem mais de 2 anos e a mãe quer fazer essa separação, ou ele começa a morder, a puxar…

 

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Como deve ser o processo

Seja qual for a situação e a idade do bebê, tente fazer o desmame de forma gradual e gentil. Que tal começar a tirar uma das mamadas, espaçar mais os intervalos ou reduzir o tempo delas? Assim, o bebê vai mamando menos vezes por dia.

Quando a criança já come, o leite fica mesmo para os intervalos. Você pode deixar, por exemplo, a mamada da noite como a última a ser retirada. Mas, atenção: se a criança só dorme mamando, vai ser mais difícil. O primeiro passo é desassociar esse hábito, não deixando seu filho dormir enquanto mama.

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Nada de culpa

E, qualquer que seja esse momento, BabyHome aconselha: nada de culpa. Encare a amamentação como uma experiência bonita e significativa na vida de vocês. Foi importante, serviu para estreitar os laços afetivos e ficará para sempre na sua memória. Agora, é hora de os dois conquistarem mais autonomia. Você, no sentido de ter mais liberdade. E seu filho para comer sozinho e encontrar outras formas de ter conforto e segurança.

Converse com o pediatra para saber como fazer isso da melhor forma e teste diferentes abordagens. Não há solução mágica. É possível que o médico oriente introduzir outro tipo de leite – atenção, o de vaca só pode ser dado após 1 ano de idade. Mas saiba que é a mãe quem conduz esse processo. Não adianta jogar a responsabilidade para a criança, dizendo que ela já é grande para mamar. Você é quem deve ser firme, mas gentil, no desmame. O pai e os avós podem entrar em cena para ajudar a distrair a criança.

Estratégias de desmame

Para algumas crianças, antecipar esse momento e conversar sobre a mudança dá certo, transmite segurança. Para outras, só gera ansiedade e mais demanda pelo peito. Algumas mães dizem, como estratégia, que as mamas estão ficando cansadas, que já quase não têm leite.

A maioria dos médicos não recomenda passar nada nos seios (com gosto amargo, por exemplo), nem dizer que está sangrando (e colocar ketchup). O importante é deixar claro que os seios são da mãe, e que o filho não vai perder amor, nem afeto, nem segurança ao deixar de mamar. Aliás, isso não precisa nem ser dito, deve ser demonstrado.

O peito é sinônimo de acolhimento, ternura, amor. Por isso, encontre outras maneiras de expressar carinho e satisfazer a necessidade de afeto de seu filho. Dê colo, abrace, brinque, cante, faça uma massagem…

O lado da mãe

A produção de leite se encerra naturalmente. Quanto menos o bebê mamar, menos leite será produzido e o seu corpo vai passar a se adaptar. Pode ser que você precise esvaziar o peito por algum tempo ainda, como no momento do banho.

Caso a criança tenha dificuldades ou você se sinta triste e ansiosa com o fim desse ciclo, não hesite em procurar a ajuda do pediatra ou de um psicólogo ou terapeuta familiar. Muitas vezes, é mais difícil para a mãe encerrar essa ligação forte do que para o filho. E não se esqueça de fotografar esse momento lindo da amamentação, antes de iniciar o desmame, para matar as saudades depois!

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