A influencer sacudiu a internet revelando em um vídeo neste domingo (20), que está esperando o bebê número 4. Todos os filhos foram concebidos por fertilização in vitro. Confira o bate-papo exclusivo de BabyHome com Flavia Calina

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Quando BabyHome entrou em contato com a equipe de Flavia Calina para tentar agendar essa entrevista, ninguém fazia ideia de que o bebê número 4 da família Calina já estava a caminho. Tanto que uma das perguntas que fizemos a ela era se havia planos de aumentar a família. Já grávida de dois meses (pelos cálculos do dia em que recebemos os áudios dela com as respostas), ela disse: “Nunca diga nunca. Temos embriões congelados no Brasil, é uma coisa sempre aberta para a gente, temos que decidir logo porque não estamos ficando mais novos”. 

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Flavia Calina espera o bebê número 4
Flavia Calina espera o bebê número 4 (Reprodução/ Instagram)

Agora com 12 semanas, a influencer de 39 anos e seu marido, Ricardo, publicaram um vídeo contando a novidade ao mundo. Eles estavam de férias no Brasil, depois de 2 anos sem vir, por conta da pandemia, e passaram pelo procedimento de fertilização in vitro (FIV), que foi como os três primeiros filhos foram gerados também. O casal passou sete anos como tentante, antes do nascimento de Victoria, hoje com 8 anos. Depois, tiveram Henrique, agora com 5, e Charlie, 2. Agora, vem mais um pequeno – ou pequena – para completar a alegria. “Agora, sim, é o último”, disse Flavia, no vídeo. 

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Ela, que é professora de formação, começou a publicar vídeos na internet sobre suas tentativas de engravidar, lá atrás, e atraiu uma legião de fãs. A princípio, pessoas que estavam passando pelas mesmas questões. Depois, com o nascimento das crianças, ela passou a mostrar a rotina da vida nos Estados Unidos, onde eles moram, as atividades com os pequenos, os passeios, receitas e mais. Agora, o canal de Flavia conta com quase 8 milhões de inscritos, com um público de várias idades e de vários interesses diferentes. Publicado na noite de domingo, o vídeo em que ela anuncia a gravidez do quarto bebê tem mais de 700 mil visualizações (até o momento de publicação dessa entrevista e é o quarto mais visto do dia, no Brasil. 

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BabyHome conversou um pouco com a influenciadora e mãe, que falou dos filhos, dos planos, do trabalho, da relação com o Brasil e de como lidar com os mais velhos durante a chegada de um novo irmão – parece até que já estávamos adivinhando, hein? Confira a entrevista exclusiva na íntegra: 

BabyHome – Estamos vivendo um período complicado, com pandemia que não acaba, gripe… Como é ser mãe de três crianças no contexto atual do mundo? Você é do tipo que fica super preocupada ou faz mais a linha tranquila? Conta um pouquinho? 

Flavia Calina – Esses dois últimos anos foram de várias emoções e sensações. Teve alguns períodos em que eu estava tranquila, em outros, eu estava desesperada. Acho que por ter um marido mais desesperado, eu acabo sendo mais tranquila. Eu sou mais tranquila por natureza, mas o meu marido é aquela pessoa extremamente preocupada, que pesquisa tudo, então, eu tentava me acalmar para não ficarmos os dois pirados, sabe? A gente pesquisava muito para tomar decisões como quando colocar de volta na escola, vacina, mas eu tento me blindar bastante de notícias. Quando eu preciso de informações, busco os órgãos oficiais, falo com os médicos, mas eu não sou o tipo de pessoa que acompanha notícias porque isso tira a minha paz. Então, eu diria que tendo mais para a tranquilidade porque faço escolhas baseada nas informações que tenho. Sobre o que eu não tenho controle, não tenho o que fazer, consigo me segurar nessa parte da ansiedade. Claro, como falei, tem momentos mais fáceis, momentos mais difíceis, momentos de exaustão. Teve horas que foram assim, “Ai, não aguento mais, quero poder sair, levar as crianças num parque ou colocar de volta na escola, quando não podiam ir”. Então, foram momentos bem desafiadores, mas, por eu não buscar adicionar no caos, eu conseguia segurar a onda, na maior parte do tempo. 

BH – Falando em preocupação, muitas vezes, ficamos tensos com tudo isso, e as crianças ouvem, acabam vendo a ansiedade nos adultos. Como você faz para minimizar os danos? Explicar o que está acontecendo? 

FC – Inclusive faço tudo o que falei na resposta acima por causa dessa sua segunda pergunta. As crianças sentem tudo o que a gente sente. Eles percebem quando estamos estressados. Nós mudamos de casa e de estado durante a pandemia e foi algo bem intenso. Foi muito gostoso, mas, ao mesmo tempo, houve momentos preocupantes, porque vendemos uma casa sem ter outra, então tivemos alguns momentos de estresse. Fora a preocupação com o mundo, com a nossa saúde; a nossa família é asmática e a gente tinha muito medo de algo pior acontecer, muito antes de vir a vacina. Quando meu marido saía um pouco da linha, ficava um pouco mais nervoso, preocupado, estressado, eu conversava com ele. Acho que, no caso da pandemia, tem sido muito difícil esconder muitas coisas das crianças, mas filtramos muito a maneira de falar. E eu sempre explico o que está acontecendo, na altura deles, na compreensão deles. Tento não trazer problema de adulto para a criança, quando eles não têm controle e nem condições de ajudar a resolver. Então, eu falo: “Pode deixar, a mamãe e o papai estão aqui para manter vocês seguros, para cuidar de vocês, vocês não precisam se preocupar com nada agora”. Mas, se eles percebem que tem alguma coisa acontecendo, se ouvem uma ligação, como, por exemplo, dizendo que alguém pegou covid. Então, eu falo: “Olha, a pessoa pegou covid, mas ela tá bem, tá se sentindo bem, tá tomando um remédio, tá de repouso, então, ela vai ficar bem”. Existe sempre um diálogo porque a criança sempre sabe o que está acontecendo. Se a gente não abrir o diálogo, não explicar, eles vão criar essa resposta na cabeça deles, na versão deles, e eu acho isso muito perigoso. Então, sempre conversamos, eu incentivo isso quando vejo que eles estão meio preocupados. Eu pergunto: “O que foi?” E eles: “Não, nada”. Eu falo: “Não, pode falar, pode perguntar, eu estou aqui”. Sempre me mostro disponível para que eles possam se expressar e perguntar mesmo. E, quando eu não tenho a resposta, eu também falo: “Eu não sei isso agora, mas vou procurar. Eu não tenho essa resposta agora, mas fica tranquilo que vai ficar tudo bem”. Mas sempre tem algum tipo de resposta para eles. 

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BH – Você tem dado cursos sobre educação infantil e já trabalhou com pedagogia, ou seja, já ensinou crianças e agora fala para os pais. Você já tinha pensado em fazer isso antes? Ou foi algo que aconteceu? Pretende seguir nessa linha?

FC – Eu nunca tinha pensado em trabalhar com pais, sempre achei que meu trabalho com eles seria secundário. Ao cuidar das crianças, óbvio que tenho que ter um cuidado com os pais, ter um relacionamento com eles, nas reuniões, no dia a dia, mas não ensinando alguma coisa. Na verdade, nas escolas, eu acabava ensinando uma atividade ou outra que eu fazia e dava certo. Quando eu trabalhava com bebês, eu ensinava linguagem de sinais para as crianças e ensinava para os pais também para fazerem em casa. Então, de uma forma ou de outra, eu ensinava os pais, dava a eles algumas ferramentas que eu usava em sala de aula, mas não dessa forma, não dando aulas para os pais para orientar, para ajudá-los a navegar por essas fortes emoções, por esse momento tão mágico e tão desafiador que é a primeira infância. Isso foi acontecendo na minha grande sala de aula, que é o Youtube, mas senti essa necessidade de colocar tudo em um lugar só, com mais embasamento teórico, mais profundidade, porque às vezes, no Youtube, não tem muito espaço para isso. Vou continuar nessa linha paralela ao que eu já faço, de criação de conteúdo, mas tem dado um bom resultado. Tenho tido um feedback muito bom e estou muito feliz por poder contribuir dessa forma. 

BH – Vocês passaram férias no Brasil agora. Como as crianças lidam com essa questão das raízes brasileiras, morando nos EUA? É algo com que eles se importam, sentem falta? Como costumam reforçar esses valores?

FC – Acabamos de passar férias no Brasil depois de ficar dois anos sem ir e eu faço muita questão das raízes brasileiras. Aqui em casa é um esforço para falar português. Claro, eu e o Ricardo, não, mas as crianças, naturalmente, falam mais inglês porque aprendem na escola, chegam falando, falam inglês entre eles… No dia a dia, eu sempre falo para eles da importância de praticar o português porque a nossa família inteira é brasileira, o sangue deles é brasileiro e, quando vamos ao Brasil, eles têm que saber se comunicar com a família. Digo que seria muito triste eles não poderem falar com a vovó, com o vovô, titios, titias primos. E, claro, é para o futuro deles também. A parte da língua é de extrema importância. Inclusive, vou procurar uma professora particular de português para a Vi agora, porque ela já tem 8 anos, já está alfabetizada em inglês. Mas acho que eles sentem muita falta, sim. Não da cultura, em si, ainda. Talvez eles não entendam isso direito ainda. Mas dos familiares, com certeza. Toda vez que a gente volta de férias para os EUA, do Brasil, é um desafio a adaptação, sabe? Essas viagens para o Brasil são imprescindíveis para o crescimento deles, para criar as pessoas que eles vão ser no futuro. Isso vai fazer toda a diferença para eles. Então, faço questão de manter essas raízes brasileiras. 

BH – Algo que gera muitas dúvidas, quando alguém engravida do segundo ou do terceiro filho, é a relação dos irmãos. Você teve essa preocupação com a Vi, quando o Henrique nasceu, ou com os dois, quando o Charlie chegou? Como vocês conseguiram lidar com isso? Ou deu tudo certo naturalmente?

FC  – Esse é um dos maiores medos dos pais de ter o segundo filho, como vai ser, como o primeiro filho vai reagir… Talvez, por eu ter vindo de uma família tão grande, particularmente, não pensava muito nisso. Para mim, todo mundo fez isso, não era uma coisa, “nossa, a pessoa vai sofrer”. Para mim, sempre foi algo natural, que faz parte. Você tem uma família, vai ter irmãos. Além disso, eu estava tão animada por adicionar uma pessoa à família, que a criança sente. Não é culpa dos pais, em hipótese alguma, se eles ficam preocupados, mas acho que a criança pega muito os nossos sinais, como a gente se comporta, como a gente fala, veem muito nas entrelinhas. Então, se estamos preocupados com a chegada do filho, sobre como o filho vai reagir, o filho mais velho sente e fala: “Se meu pai está preocupado, eu devo ficar preocupado”. Passa uma insegurança e aí é aquele efeito bola de neve. É aquela coisa: onde começou, a galinha ou ovo? É preciso encarar como uma coisa boa. Como o mundo está um pouco mais egoísta, é tudo para mim, eu, eu, eu, a gente acha que seria ruim o filho dividir a atenção. Eu acho que seria ruim o filho não dividir porque ter 100% da atenção para ele o tempo todo pode ser ruim também. Ter irmãos, para mim, é algo que acrescenta. Então, levei de uma forma mais natural.

BH – O que diria para pais que vivem essa situação agora?

FC –  Eu diria: acredite na sua decisão. Quando tomamos essa decisão de ter mais filhos é porque achamos que vai ser algo bom para a família. Vai ser maravilhoso para o seu filho mais velho. Isso quer dizer que não vai existir ciúmes? Não. Esses sentimentos são normais, uma nova pessoa chegou e vai mudar um pouco a dinâmica da primeira criança. Mas temos que encarar isso como uma mudança positiva. Sim, você não vai ter a minha atenção 100% do tempo, mas vai ter a atenção de outra pessoa a mais, que é o bebê. Teremos outras atividades juntos, vamos fazer coisas diferentes… Então, acho que quanto menos a gente se sentir culpado.. Porque quando vem essa culpa, né? “Ai, meu Deus, estou colocando mais um filho no mundo e meu filho mais velho não vai entender…” Eles entendem. Temos que parar de subestimar as crianças porque elas entendem. Se a gente explica, ensina e tem uma boa atitude sobre isso, elas vão entender, mas é questão de tempo também. A gente não pode esperar milagre. Não existe “Ah, chegou, no primeiro dia, vai ficar tudo bem”. Vamos ter que navegar por essas emoções, aceitá-las e, se for o caso de o filho mais velho ficar chateado.. Embora eu ache que chateado é muito difícil eles ficarem, se tratarmos isso como uma coisa muito boa. Mas se ficarem, o que pode acontecer é a gente aprender a aceitar esse sentimento, entender e acolher. Falar: “Nossa, o que você está sentindo? Por que você está assim? Ah, eu entendo. É diferente, né? Entendi. Mas vamos aprender a conviver, ele é uma pessoa nova na nossa família, a mamãe também está conhecendo ele, é novidade para mim também”. E sempre se colocar junto da criança e não contra ela. A criança tem que sentir que a gente faz parte de um time. 

BH – Você trabalha justamente com vídeo e internet. Como é a relação dos seus filhos com as telas e como vocês educam os três nesse sentido? 

FC – Considero a relação dos meus filhos com telas bem saudável hoje porque encontrei um equilíbrio. Mas passamos por várias fases de ter telas demais e vemos claramente o impacto negativo que isso tem no comportamento. Eles ficam irritados, dormem mal, acordam mais a noite, não tratam muito bem as pessoas… É uma coisa impressionante. E tudo na vida é adaptar, criar uma rotina, perceber o que funciona, o que não funciona, na base da tentativa e do erro, e aderir ao que funciona para a família. Crianças abaixo de 2 anos não têm necessidade nenhuma de tela. A Victoria começou mais ou menos com 1 ano, quando estávamos no Brasil. A família acabou colocando um pouco e ela gamou, óbvio, mas, quando eu conseguia tirar, não fazia falta nenhuma. Sabemos que as telas são algo presente, não vão embora, estamos, inclusive, nos falando aqui pela tecnologia, mas precisa ter um equilíbrio muito sério. 

BH – Como vocês fazem em casa? 

FC – Em dias de semana em casa, eles têm uma hora de videogame ou televisão, quando voltam da escola. Eles chegam por volta das 15h, tomam um banho, fazem um lanchinho, aí, das 16h às 17h é o horário que podem usar as telas, que é o tablet ou o videogame. Depois das 17h, eu tiro. Então, desligamos, peço para eles brincarem enquanto preparo o jantar. Depois, assistimos a um filminho juntos na TV porque o que está acontecendo muito hoje em dia é que cada um tem um aparelho na mão e quer assistir algo sozinho. Acho isso algo perigoso. Precisamos criar mais essa dinâmica de sentar na frente da televisão em família, fazer os comentários do filme ou do que estivermos assistindo juntos, mas ter algo em comum, compartilhado. Se não, cada vez mais cada um vai para um canto, ninguém conversa, não existe diálogo e, quando a gente pisca, a criança cresceu, não sabemos dos gostos, não sabemos nem quem são nossos filhos. E elas vão começar a buscar respostas online e não com a gente. Então, temos que criar esses hábitos de momentos juntos, em família, mesmo se for com tecnologia, digamos, com a televisão. Mas isso é algo bem controlado aqui em casa porque quando fica solto, tem 100% de chance de dar problema. 

BH – E a relação de vocês como casal? Conseguem separar tempo para ficar a dois? Como fazer, com três filhos?

FC – Acho que porque levamos sete anos para ter o primeiro filho, fizemos tratamento in vitro com todos, no começo, não sentimos nem falta de sair só nós dois, nos primeiros anos da Victoria, sabe? Mas, depois, claro, né, começamos a sentir essa necessidade, sim. Só que era muito raro conseguirmos algum tempo porque estávamos em uma loucura de trabalho, tudo muito intenso. Dávamos umas escapadas. Agora, depois de três filhos, meu mais novo com 2 anos, conseguimos uma babá. Eu nunca tinha tido babá por escolha. Mas isso estava pesando bastante para mim, porque era tudo eu. Eu rodo uma empresa de casa, faço tudo e, aí, chegou um tempo em que eu precisava. Então, com a babá, eu e o Ricardo estamos saindo uma vez por semana, de sexta-feira, para almoçar, tomar um café ou para jantar. E tem sido muito, muito bom. Sempre vemos todo mundo dar essa dica, esse conselho, e eu não imaginava o quão bom era, sabe? Falamos de coisas que a gente não consegue conversar em casa, não temos tempo, tanto sobre a vida aleatória, sobre o que está acontecendo no mundo, como sobre nós mesmos, nossos desejos, nossos sonhos, o que queremos para nós. Então, tem sido uma coisa muito gostosa, que está aproximando bastante a gente. 

BH – Vocês têm planos profissionais diferentes agora para 2022?

FC – Tenho algumas ideias que quero colocar em prática em 2022, tenho projetos prontos para lançar, que tem a ver com aplicativos. Já estamos nos finalmentes. Temos talvez livros, estamos com muitas ideias e alguns produtos específicos de atividades. Vamos trabalhar bastante para poder contribuir cada vez mais na vida das crianças e das famílias. 

 

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