Se você planeja ter um bebê ou está à espera dele, já deve ter ouvido falar sobre a possibilidade de congelamento de células-tronco do cordão umbilical e placenta. A decisão é muito importante. E, diferente do que se imagina, o processo é muito simples. Basta entrar em contato com o banco de sangue que vai fazer o armazenamento. Eles tomam todas as providências de forma fácil. Confira nossa série de reportagens para ajudar a tomar a melhor decisão.
1. O que são células-tronco?
São células muito especiais, que surgem no ser humano ainda na fase embrionária, antes mesmo do seu nascimento. Elas têm a capacidade única de se desenvolver e se transformar em qualquer tipo de célula no corpo humano. Por isso, podem substituir células e tecidos danificados ou perdidos em decorrência de doenças. Existem 3 tipos de células-tronco:

Embrionárias
São encontradas apenas no interior do embrião após 4 ou 5 dias da fecundação. Elas são conhecidas como pluripotentes, porque podem se transformar em qualquer tipo de célula adulta.
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Adultas
Apesar do nome, não existem apenas em pessoas adultas. Elas são encontradas, principalmente, no cordão umbilical e na medula óssea. Mas também existem nos órgãos do corpo humano, pois são responsáveis pela renovação das células dos mesmos. Elas são divididas em dois grupos: as hematopoiéticas, que são responsáveis por dar origem às células do sangue, e as mesenquimais, que originam cartilagens, músculos e tendões.
Induzidas
Como o nome diz, elas são produzidas em laboratório a partir da pele humana. Elas são chamadas de células-tronco de pluripotência induzida.

2. Quais doenças podem ser tratadas com células-tronco?
São mais de 80 doenças com uso clínico estabelecido. Entre elas, a leucemia, doença que acomete a medula óssea, além das anemias e talassemias, que são anemias hereditárias e o neuroblastoma, um dos cânceres mais comuns na infância. Imunodeficiências primárias e doenças metabólicas integram a lista. O transplante com células-tronco do próprio indivíduo, conhecido como autólogo, já é indicado para o tratamento de diversas doenças, como: doença de Hodgkin, linfomas não-Hodgkin, mieloma múltiplo, tumores sólidos (neuroblastomas, meduloblastoma, tumor de Wilms). No entanto, ele não pode ser usado para tratar uma doença genética ou leucemia congênita no mesmo indivíduo, porque o sangue do cordão armazenado contém a mesma variante genética ou células pré-malignas.
3. Qual é a diferença entre o banco público e o familiar?
A principal diferença entre os dois serviços envolve o investimento financeiro e o direito de uso das células-tronco congeladas. Na rede pública, as células-tronco armazenadas são provenientes de doações voluntárias. A doação é realizada em maternidades credenciadas do programa Rede BrasilCord: atualmente, existem apenas 13. Após a coleta, as células poderão ser utilizadas por qualquer pessoa desde que haja compatibilidade sanguínea. Por isso, não há garantia de que o doador possa usá-las no futuro. Esse tipo de armazenamento tem o custo coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Já o privado garante que o uso seja feito apenas pelo doador, que possui 100% de compatibilidade com o material coletado, ou por um familiar próximo.
4. Quando e como é realizada a coleta?
A coleta do sangue do cordão umbilical é um processo 100% seguro e indolor para a mãe e bebê. O procedimento é realizado logo após o parto, assim que o cordão é cortado, após o consentimento do obstetra e do pediatra. O profissional responsável vai coletar todo o sangue do cordão umbilical e da placenta remanescente, isto é, que restou e não vai fazer falta para o bebê. Em seguida, o material é levado a um laboratório, onde haverá a contagem das células-tronco hematopoiéticas e se estiverem dentro dos parâmetros estabelecidos serão processadas e, logo em seguida, armazenadas.
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5. Quais os critérios que impedem a realização da coleta?
– Bolsa rota (rompeu/estourou) há mais de 18 horas;
– Idade gestacional inferior a 32 semanas;
– Presença de processos infecciosos durante a gestação ou de doenças que possam interferir com a vitalidade placentária;
– Sofrimento fetal grave;
– Temperatura materna superior a 38ºC.

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