Durante a gravidez, o resultado de um exame pode causar bastante preocupação: o positivo para citomegalovírus (CMV), uma infecção extremamente perigosa para o feto, que pode levar a abortos, malformações, deficiência mental ou microcefalia. O problema é que não é raro que um dos marcadores usados para rastrear os anticorpos no sangue dê positivo.

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Mas não precisa entrar em pânico, pois pode ser que o positivo só queira dizer que você foi vacinada ou que já teve um dia a infecção, mesmo que não tenha tido sintomas. Essa situação pode ser bem comum: estima-se que até 95% da população adulta no Brasil já entrou em contato com o CMV na vida.

Entenda o que quer dizer IgG e IgM

No pré-natal, o obstetra vai pedir o exame sorológico para descobrir se você tem ou já teve citomegalovírus, que rastreia a presença de anticorpos IgM e IgG (imunoglobulinas G e M). O IgM positivo quer dizer que provavelmente você está infectada pelo vírus ou que teve a infecção recentemente. Esse é o resultado preocupante, pois quer dizer que o micro-organismo pode atravessar a barreira da placenta e passar para o bebê – mas o médico vai pedir outros exames ainda para comprovar.

Já o IgG positivo pode significar que você já foi infectado um dia e desenvolveu anticorpos (ou tomou vacina), e eles estarão sempre presentes no seu organismo. Por isso, não precisa se assustar, pois um IgG positivo com um IgM negativo quer dizer que está tudo bem com vocês. Se o IgG der negativo e o IgM também, quer dizer que você nunca pegou a infecção. Mas, atenção, mesmo que a mulher já tenha tido contato com o CMV uma vez na vida, há a possibilidade o vírus ser reativado (porque ele fica latente no organismo) ou haver nova contaminação.

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O que é o citomegalovírus

É um vírus da mesma família da herpes, catapora e herpes-zóster. Seus sintomas são muito semelhantes ao de uma gripe: febre baixa, mal-estar, cansaço, além de aumento do fígado e do baço. Muitas vezes, o quadro é assintomático e a pessoa nem faz ideia de que já teve.

O problema é que, nos fetos, o CMV pode ser extremamente perigoso e provocar sequelas para o resto da vida. Até 10% dos bebês contaminados pelo citomegalovírus na barriga podem ter problemas de microcefalia, calcificação intracraniana, hidrópsia, convulsões, malformações, lesões cerebrais, deficiência visual ou aditiva, alterações neurológicas (com deficiência intelectual), problemas no fígado, hemorragia, entre outros, quando não leva à morte. Quanto mais cedo a gestante pegar o vírus, pior pode ser para a criança, pois é no início que muitas das estruturas estão sendo formadas. Por isso, evitar a contaminação é fundamental.

Como se prevenir do vírus

O citomegalovírus é transmitido por meio de secreções e fluidos contaminados: saliva (tosse, espirro), urina, fezes, sangue, lágrima, leite, fluidos sexuais, secreções respiratórias. Assim, é preciso usar preservativo nas relações sexuais e reforçar as medidas de higiene, como lavar bem as mãos depois de ter contato com outras pessoas e ao trocar fraldas de crianças, por exemplo, que são agentes comuns de transmissão. Mesmo simples beijos das crianças, onde há contato com a saliva delas, pode transmitir o vírus – se você já tem um filho, ele pode pegar o citomegalovírus de outro amiguinho e repassar. Outras medidas preventivas são evitar aglomerações (por causa das secreções) e não compartilhar objetos de uso pessoal, como alicates de unha, escova de dente, talheres, copos (os dois últimos casos de transmissão são menos comuns, mas possíveis).

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